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2023: um ano de redesenhar os trajetos do Mapa do Acolhimento

Um ano de novos rumos, sem esquecer o que nos guia:
assim foi 2023 para o Mapa do Acolhimento. Nos tornamos uma organização independente, expandimos a equipe e fortalecemos estratégias para impactar mais mulheres por muito mais tempo. Foi um ano muito especial, em que esta equipe de mulheres redesenhou diversos trajetos, para seguir em direção àquele mesmo horizonte de 2016, quando nascemos como um projeto do Nossas: acolher mulheres em situação de violência num país que tem uma das maiores taxas de feminicídio do mundo.

Depois de anos aprendendo dentro do Nossas, a independência institucional nos permitiu investir ainda mais em melhorias no atendimento a mulheres que sofreram violência feito por psicólogas e advogadas voluntárias. Nessa atuação, a gente lida com casos em que o tempo de resposta é uma questão de vida ou morte, ocupando lacunas deixadas pelo serviço público. Essa experiência nos mostrou a necessidade de avançarmos também na mobilização de pessoas e no trabalho em diálogo com governos para o fortalecimento de políticas públicas mais efetivas para mulheres. Isso porque o que queremos mesmo é colaborar para mudanças amplas e permanentes nas estruturas públicas para impedir que mulheres permaneçam morrendo em decorrência da violência.



Lidar com histórias reais de mulheres que podem ter seus sonhos interrompidos pela violência é um desafio enorme, que acessa nossas próprias vulnerabilidades. É hora de relembrar e celebrar os impactos positivos do nosso trabalho em 2023, algo essencial para nos manter revigoradas. Esses resultados só foram possíveis graças à transição institucional respeitosa, à colaboração com organizações parceiras e ao trabalho articulado entre as diferentes equipes do Mapa do Acolhimento. Agradecemos sobretudo às mulheres atendidas que todos os dias confiam nos caminhos do Mapa e às voluntárias que ajudam a construir essas trilhas. Apesar de os movimentos de mulheres já terem conquistado muito, o trajeto para acabar com a epidemia de feminicídios ainda é longo. Estamos prontas e juntas para seguir nessa jornada.

Um abraço apertado em nome de
toda a equipe do Mapa do Acolhimento,
- Ana e Enrica
Diretoras do Mapa do Acolhimento




"Muito obrigada por tudo, vocês me salvaram com esse projeto lindo. Tenho apenas a agradecer vocês por tantos anos de atendimento e parceria. Hoje graças a Deus toda minha vida está mais encaminhada, e tenho apenas que lidar com os processos que estão em curso e com a educação e recuperação do meu filho fruto desse relacionamento tão dolorido"

Mulher em situação de risco atendida pelo Mapa.






Acolher para fortalecer
Nossos impactos na área de provisão de serviços, que conecta mulheres e acompanha os casos de violência atendidos pelas voluntárias

Quando se trata da provisão de serviços pelo Mapa do Acolhimento, garantir que voluntárias se sintam apoiadas, capacitadas e, assim, seguras é parte essencial do que faz com que elas possam atender as mulheres em situação de risco de maneira eficaz. Em 2023, criamos os Plantões de Atendimento de Voluntárias e o Mapa Itinerante, duas iniciativas para cuidar de quem cuida que se tornaram espaços potentes de troca.



Nos plantões, as voluntárias se encontram mensalmente on-line para tirar dúvidas e compartilhar experiências. Entender que lidar com casos complexos é um desafio compartilhado tem resultado em aprendizado, mas também em reconhecimento e conexões emocionantes. A cada encontro, vimos crescer o número de participantes e seu engajamento.

Já o Mapa Itinerante é uma série de eventos presenciais, em que o olho no olho ajuda na troca de estratégias e no debate sobre metodologias para a prevenção do feminicídio. Em maio, realizamos uma edição no Rio de Janeiro em que voluntárias receberam uma formação sobre violência de gênero e tecnologia. Em setembro, estivemos em Maceió. A visita incluiu uma série de atividades em articulação com organizações locais.



Também iniciamos melhorias relacionadas a diversas etapas do atendimento, que incluem um plano para expansão de equipe, mudanças de processos e novas tecnologias. Estamos aperfeiçoando a metodologia que determina exatamente o que deve e o que não deve acontecer no acolhimento. Assim, a gente garante conexões mais qualificadas, compreensão mais aprofundada dos casos, encaminhamento mais assertivo para serviços.

Adicionalmente, o Busara Center for Behavioral Economics está conduzindo um estudo empírico para identificar o impacto do nosso trabalho e avaliar nossos resultados. As evidências da pesquisa também vão nos ajudar a melhorar o atendimento que oferecemos para as mulheres considerando a perspectiva delas sobre os serviços. Esses diferentes esforços precisam ser contínuos e refletem o compromisso com o rigor técnico que sempre foi uma marca do Mapa do Acolhimento.




1.942 mulheres em situação de risco cadastradas




959 novas voluntárias advogadas e psicólogas cadastradas




1,437 conexões realizadas





1.084 encaminhamentos realizados para o serviço público




Outra novidade de 2023 foi a IAna, uma assistente virtual desenvolvida pelo Mapa do Acolhimento que usa a inteligência artificial para ajudar voluntárias durante a sua capacitação. IAna tira dúvidas sobre diferentes tipos de serviços públicos no município da voluntária e suas funções, como encaminhar uma mulher em situação de risco para a rede e como auxiliá-la a realizar uma denúncia. Assim, a capacitação fica mais ágil e personalizada. IAna está em fase de testes e em 2024 chegará a todas as voluntárias.










IAna em ação













Em 2023, amadurecemos um trabalho que temos feito desde 2021: colaborar para o fortalecimento de políticas públicas. Usamos o que aprendemos com a experiência em atendimento a mulheres que sofreram violência para contribuir com os governos no enfrentamento à violência de gênero no Brasil. Os órgãos responsáveis pela execução das políticas públicas voltadas para mulheres e os serviços de atendimento para sobreviventes de violência têm sido nosso principal foco. Estreitamos diálogo com o Ministério das Mulheres e construímos pontes com gabinetes de parlamentares estaduais. Também nessa frente, nos aproximamos de outras organizações que, como a gente, buscam soluções para a violência de gênero, como o Instituto GENi, a Serenas e o CFEMEA - Centro Feminista de Estudos e Assessoria. Dialogamos também com movimentos de mulheres e gabinetes aliados em Alagoas, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

Seguimos também mobilizando pessoas para defender direitos para mulheres. Cada vez mais, estamos focadas em campanhas que não apenas reajam a problemas, mas que busquem engajar as pessoas para que elas acompanhem de maneira contínua as políticas para mulheres. Queremos colaborar para a formação de um tecido social forte, com cidadãs e cidadãos informados que possam ser vozes ativas no debate em defesa dos direitos das mulheres e contra o desmantelamento de serviços voltados para elas. A diversidade dos nossos diálogos buscar refletir a necessidade de esforço coletivo que interromper a violência contra mulheres exige.




ooperação com o governo de Alagoas
Em um projeto piloto em Alagoas, em parceria com o Instituto GENi - Gênero e Interseccionalidades, firmamos um acordo de cooperação com a Secretaria Estadual da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas. Chamado de "Alagoas por Elas", o projeto incluiu a construção de um plano estadual de políticas para as mulheres. Pela primeira vez na história, a construção dessa política institucional por lá incluiu a escuta de representantes de povos e comunidades tradicionais, indígenas, ciganas, pescadoras e de terreiro. Também fazem parte da parceria um curso de formação para gestores públicos e a criação de um modelo de monitoramento e avaliação dos organismos de políticas para mulheres, ambos em fase de desenvolvimento.







Algumas das nossas campanhas




Votação pelo PPA
Chamamos a sociedade civil para participar da consulta do Plano Plurianual, votando no Mulher Viver sem Violência. O programa do governo federal, que contempla a construção das Casas da Mulher Brasileira, entre outras medidas de prevenção aos feminicídios, foi um dos mais votados.




Nessa campanha convidamos as pessoas para acompanhar o processo de materialização das três Casas da Mulher Brasileira que estão sendo implementadas em Alagoas. O objetivo é que a população fique atenta ao trabalho desenvolvido pelo Estado.




Em parceria com o Nossas e outras oito organizações, pedimos que nossa base de ativistas pressionasse a Câmara dos Deputados a não votar um projeto de lei que pode obrigar meninas vítimas de violência sexual a levarem adiante gestações resultantes de estupro. Quase 37 mil pessoas assinaram a campanha e o projeto não entrou em pauta.


























 



quem somos
Conheça a equipe formada e liderada por mulheres que todos os dias desenha os trajetos do Mapa do Acolhimento. São advogadas, psicólogas e assistentes sociais, entre outras profissionais, guiadas por valores como ética, responsabilidade, comprometimento, diversidade e solidariedade para colaborar na construção de um país em que nenhuma mulher sofra sozinha.

























Para além do apoio fundamental de organizações filantrópicas como Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Co-Impact e Gates Foundation, que apoiaram o Mapa do Acolhimento em 2023, também contamos com doações de pessoas como você. Faça uma contribuição e nos ajude a fortalecer essa rede de solidariedade!











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